quinta-feira, 16 de agosto de 2012







VOLUNTÁRIOS PICADOS
PAIXÃO 
É SURF SANGRENTO
PRA SENTIMENTUBARÕES
AMAMOS
SER ALIMENTO

Contrato-Permissão para Nascimento

C-PN

    

Após todo domingo-ontem, em cada segunda-feira-hoje, o corre-dor que tentava documentar Heráclito não conta para o atestado médico. O endereço comprova a residência do seu cérebro e a legalização do terreno(não deve haver déficit de IPTU). Cuspir já não pode o que sente.
    
Certificado o supracitado, tem-se permissão e condições de preencher      cadastros e abrir créditos; podendo realizar o sonho  da vida própria comprando-a a prazo e em suaves prestações.

Obs.: sem pagar juros não há direito àtrazo. Tudo cobra
        juros
        menos Vida.
Assim natura

..................

06/06/666   

Hai-tech



deusa Antena

olhos glaucosazulasers

Parada cardíaca
 
sulco
fundo
peito
 
medo
mundo
coco
 
louco
luta
peito
 
todo
fundo
solto
 
tudo
pulsa
morte
 
todo
mundo
caco
 
?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,?,,,,,

terça-feira, 5 de junho de 2012

Porvir


A tempestade lhe tomou
De seu sorriso restou isso só

recebi  o sol,
quinta grandeza em solidão
Lição dos raios
Que vem  mas não em vão
Recebi  o sol
E me aqueci de intenso e não

O vento então parou
Num tempo sempre latente
Num infinito avesso de ser
O que nasce e é sepultado ao dizer

Da uva deslizei nas curvas
Na chuva pinguei com alguém
Em leves vapores, meus pavores
Embaçam meu amores por vir

Recebeu-me  o sol,
quinta grandeza em solidão
Lição dos raios
Que vem  mas não em vão
Recebeu-me  o sol
Me  incinerou de intenso e não





A tempestade lhe sorriu
Recebo o rio e atravesso só

Recebi  o mar
quanta grandeza em solidão
Lição das ondas
Que vem   mas não em vão
Recebi   o mar
E me alaguei de imenso e não

O tempo então parou
Num vento paciente e valente
É tão bonito e avesso este ser
 sepultado e que renasce  ao dizer

A chuva morreu em uva
Na curva pedaços de alguém
Em leves calores meus amores
embaçam  meus pavores por vir

Recebeu-me  o mar
quanta grandeza em solidão
Lição das ondas
Que vem   mas não em vão
Recebeu-me o mar
Me afogou  de imenso e não

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

deu lírico

agente vive esquerdo em tempo reto
saudade, sal da terra
sade mata a sede
bebendo a dor da humanidade

agente se endireita e o tempo faz a curva
no intestino do destino
cavar alguma terra
que não tenha sido uma promessa

desisti de acertar
se miragem está na mira

desisti de desistir
aprendi como delira

insisti no existir
vou aprendendo tocar lira

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Heráclito Blues

não se entra outra vez
na mesma lama
o verme cria escama
o  germe  trança outra trama

não sei o que se deu na primavera
sob o sopro do verão
o outono passa
e incinera

o inverno sopra
no ouvido o que tenho vivido
não esquento, que o pior eu já passei
como Hera...
nessa trilha um estranho tange o trem

que a estrada entregue
a meus olhos o que trago no peito
nem esquento, se o pior eu já nem sei
como seria
nessa trilha até quem tange estranha o trem

não se ama outra vez
na mesma cama
escamas viram asas
e o germe transa de outra moda

não sei o que se deu no calendário
sobraram algumas horas
confuso estou
com o fuso horário

o natal sopra
que pra janeiro algo tem que morrer
não esquento, que o pior eu já passei
como Hera...
nessa trilha um estranho tange o trem

que a estrada trague
os meus olhos e o estrago peito
nem esquento, se o pior eu já nem sei
como seria
nessa trilha até quem tange estranha o trem

segunda-feira, 23 de maio de 2011

tão down, subi

para um sótão tão só

por porões por aí

na poeira de um porém....

quarta-feira, 6 de abril de 2011

cyber sapiens

Em um passado muito depois da gente, em tempos em que as crises reacendiam suas cristas, um dos últimos andróides selvagens infectado com um vírus - um troian horse não identificado que estava deletando quase toda população - tomando seu sintetizador de seis cordas, arcaico, numa esquina, cantava:

se realmente resistisse
vida após a sorte
você loteria meu vazio
desejo que não seja rasa a nossa razão
que o Provedor nos abençoe
sintonizam sensações
bioprogramas corações
on line
do código o homem veio
e pródigo retornará
minha memória não suporta não
tantos gigas de solidão
séculos-luz pra transpassar com o arco da íris
a retina sideral







quarta-feira, 23 de março de 2011

“Sim, uma puta!”




A conheci, pequenos. Pouco depois que conheci o Sol, a Lua, as Ruas,

Exatamente quando, não sei: desconheci o sol de minhas manhãs. Achando-o maravilhoso, ele chicotechateava as costas de alguém acorrentado a uma enxada.

Chegadas as noites, desconheci a lua. Uma deusa-ciclope, velando meus sonhos, também levava para si gritos e pedidos de socorro e como deusa (desde a fabricação da angústia-de-não-ser-ouvido) aos socorros se fingia mármore, quase não contendo o sorriso esguelhado para seu lado sombrio.

Caminhando para casa, desconheci as ruas. Dizia-as abençoadas pelas, mesmo inseguras, sensaçõvisões mais belas: desejo se concretizando ...ao longe... o risco-certo do pode-não-ser. Percebo; elas se dão a palco para as facas rasgadoras de vidas, estupradores de liberdade e espancadores com cassetetes oficiais.

Vitudoporumoutroladoeamultiplicidadedecadaladoeainfinitudedamultiplicidade  e, mesmo estranho, ninguém além de mim mesmo.
Primeiro olhei, lindo; segundo olhei, horrível; terceiro, vi: a primeirúltima das margens do principício; o Zero. Reconheci tal mundo como único possível. Passei a amá-lo por que sem opção para odiá-lo.
Tão sensível, passou em minha visão e com o som de suas curvas já a sentia no tato. Desconheci sua atribuída imagem. Reconheci seu sorriso sonhador. Devolvi a seus olhos o mistério, a sensualidade, ignorados pelo Poderoso-burro julgamento coletivo.
Foi preciso um terremoto pro vermelho embranquecer e uma puta virar noiva.